COINCIDÊNCIAS EXAGERADAS - INTRODUÇÃO
- Paulo L. Menezes da Silveira
- 15 de dez. de 2015
- 4 min de leitura

Caminho a pé e no entanto estou sentado sobre o dorso de um boi.”
(PENSAMENTO ZEN)
FALHA NA COMUNICAÇÃO
Se adivinhares quem sou e qual é a minha função... Dir-te-ei:
− Prazer em conhecer-te!
E isso é tudo! Será isso tudo, após ter percorrido o caminho do medo?
Meus antepassados tinham armas e a luta era constante. Estar armado e pronto para o combate era ser forte. Imperava a lei do mais forte.
Hoje os fracos estão armados e oprimem os que outrora eram fortes.
Dizem-me que a força está em depor as armas, estender a mão e abrir os braços.
Minhas mãos e meus braços estão cortados. O meu corpo arde em chamas.
Meus semelhantes são expulsos de suas casas ao amanhecer ou no meio da noite. Os velhos reclamam, as crianças choram e perguntam aos pais (que assistem impotentes): se os homens fardados vão atirar...
Chegamos até aqui... Sem saber quem somos, de onde viemos e nem porque viemos; mas com um monte de idéias absurdas de para onde vamos!
Quando todas as estradas se fecham, percorremos a nós mesmos.
Meu espírito divaga, de forma irrefreável, pelo reino da poesia.
Não cessam as buscas por espíritos originais, de pessoas incomuns, portadoras de idéias inéditas.
A chuva cai ao seu tempo. Há mesmo um tempo para tudo. Existe até um tempo para que os tempos voltem a se encontrar.
Pressinto-me arrebatado com a suposição de que, no final das contas, possa de alguma forma ser útil.
Mergulho na imaginação artística: “O poder é superior ao saber, nem tudo é permitido, mas o impossível inexiste. Nem tudo o que é legal é moral. Gente boa também morre.”
Exploro as zonas silenciosas da matéria cerebral, procedo à busca da complementaridade e encontro a síntese transcendental; o que sobra? É transtorno obsessivo de personalidade.
Vivemos todos ocupados com nossos pequenos mistérios: “Gostamos do bem, mas praticamos o mal! Vivemos e vamos morrer!”
O paciente da psicologia costumeira está ultrapassado.
O aprendiz das filosofias correntes está ultrapassado e condenado a não se adaptar. Querem salvar ao homem. Esse homem não é para ser salvo, é para ser transformado. “O homem novo vive entre nós! – vociferava enlouquecido ADOLF HITLER – Ele está aqui! Isto lhe basta? Vou dizer-lhe um segredo: eu vi o homem novo. É intrépido e cruel! Tive medo diante dele!”
Eis que atinjo as profundezas de um universo inadmissível, por vezes pressentido, onde o extraordinário se torna possível.
A matéria revela-se enfim e admite: “Sou apenas mais uma das máscaras, entre todas as que já ocultaram o grande rosto.”
A tragédia espiritual é ser testemunha hiperlúcida das aventuras extremas da inteligência moderna. A sociedade humana que se nos apresenta, demonstrou inúmeras vezes o quanto pode ser hostil com a argúcia prática e a reflexão livre.
Aprendi que a teoria geral da informação e a semântica “esclarecem” que é possível redigir textos com duplo, triplo ou quádruplo sentido.
Querem mais poder que saber, e não querem que outros saibam. Fujo deste apetite de poder para ser e aprender. Ultrapasso as impossibilidades radicais e descubro um abrigo seguro para repousar o espírito.
Tenho a sinistra sensação de ser o único desperto (mesmo quando durmo).
Entendo que a única maneira de passar incólume e despercebido e não me envolvendo em política ou em qualquer outra das demandas dos homens.
A civilização é uma conspiração, cheia de estranhezas e promessas.
Tolos, erigiram castelos de cartas e se imaginam protegidos pelas muralhas do universo.
Não importam os avanços da técnica, há lixo em todas as partes, pessoas ruins também.
Encontro na similitude um poder novo e uma volúpia exacerbada que me impulsionam a descobrir novos horizontes.
Mesmo se não me vês, passeio em teus mais insólitos pensamentos. Não me buscarias se já não me tivesses descoberto. Não sei ser maldito, por isso não me amas!
Se pudesse recomeçar, conduziria de forma mais competente a minha astúcia e o meu íntimo. Prontamente escaparia do vulgo e desapareceria nas montanhas do Himalaia.
Vejo que duvidas de minhas afirmações, pois, sou “EU” quem as faço, e, mesmo que nelas acreditasse não estariam menos ocultas.
Buda, no século 5 a. C. dizia que a flor do lótus simbolizava o homem liberto das paixões: “É a mais bela dentre as flores, mas só nasce no lodo.”
Tudo pode ser melhorado, ou, melhor aproveitado! Se tu não tens tudo o que precisas e porque não sabe aproveitar tudo o que tens!
Quão simples e previsíveis podem ser os desejos do homem que, isento de maldades, não está preocupado em erguer muralhas de ódio, medo e tristeza...
Engraçado... Com que freqüência a bondade assume os ares de um ato simpático de egoísmo.
Tentei acreditar nas complementaridades, mas no fim, todos se esforçam em crer nos seus próprios pontos de vista, e, egoicamente, realizar apenas os sonhos que lhe são peculiares. (se puderem, provem que estou errado!)
O destino das pessoas é o tema principal.
Não importa o tipo de obra, nem se é comercial ou se é de arte...
Acreditei que as pessoas, seus destinos, e suas emoções... São temas vitais em qualquer tipo de obra! Se focado na evolução do amor, nas emoções e nos sentimentos... Qual é o sacrifício pelo amor, e qual o poder disso?
Sempre se dá um jeito, quando não existe muita escolha e a pessoa não desiste fácil!
Morrer é o menor dos problemas, quando se encara a eternidade do momento ao lado do verdadeiro amor!
Todos buscam o refúgio das certezas, um lugar inóspito no seio das razões... Que não seja tocado pelo benefício da dúvida; alguns ainda acreditam que exista tal lugar, lá... Bem longe, às margens da confusão...
Buscava o meu leitor ideal, aquele que em definitivo, decifrasse esse emaranhado de retas e curvas tornando “OBSOLETO” o meu ofício.
Quando a crença é: “tenho tudo o que esperava da vida!” Superam-se os próprios limites para aproveitar; mas sempre surge algo que significa mais que tudo aquilo que sempre se quis... É quando você descobre dentro de si... Quase sem querer... Que é capaz de ir bem mais longe do que imagina!
Vivemos todos em prol de significados. Somos constantemente conceituados e nossos defeitos sempre colidem com as virtudes de alguém. Palavras tentam exprimir o que somos... E somos palavras. Vivemos palavras. De palavras necessitamos. Palavras, que justifiquem nossos SILÊNCIOS!
( Varekai )
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