ADORMECIDOS
- Paulo L. Menezes da Silveira
- 4 de dez. de 2015
- 3 min de leitura

“Quando, um indivíduo, manipula nitidamente as variáveis de que o comportamento de outro individuo é função, dizemos que o primeiro controla o segundo, mas não perguntamos quem ou o que controla o primeiro.”
BURRHUS FREDERIC SKINNER (1904 – 1990)
Chamamos de óbvias as coisas que julgamos fáceis de entender, e, frequentemente não nos apercebemos do óbvio. Não parece que as coisas falam conosco? Quer dizer, isso é aquilo e aquilo é isso? Algo que os lingüistas chamam de “arbitrariedade dos signos”. Tipo, nós podemos fazer qualquer coisa representar outra. Isso não te incomoda? A mim incomoda! Não me acomodo, é como um desconforto. Uma incerteza constante. Fico observando as pessoas que se julgam cheias de certezas e de posse das mais sólidas convicções e me pergunto: “Será que essa atitude de grandes certezas não é simplesmente a única maneira encontrada para ocultar uma pequena dúvida?”.
Vejo que não existe interesse, por exemplo, em esclarecer todas as pessoas. Na verdade nunca houve, e há inclusive um esforço muito grande em manter a maioria na ignorância. De uma forma ou de outra, sempre, alguns estiveram no comando do interesse de muitos; é um conhecimento aplicado desde a época dos mitos e das lendas: “manipulação das informações”. Tu não achas notável o quanto existem pessoas fáceis de serem enganadas, como se estivessem “ADORMECIDAS” e se movendo pelo interesse de outros? São sonâmbulos sendo controlados como marionetes por um mestre de fantoches.
Justamente aqueles que, em segredo se julgam de extrema importância e que se dedicam perenemente ao oficio de conquistarem poder, são os que tentam aparentar aos “adormecidos” que seus interesses são outros. Eles iniciam seus discursos dizendo: “meu povo”, “minha gente”, “meus amigos”, “meus conterrâneos”, etc. e concluem mais ou menos assim: “é pelo vosso bem que aceitei concorrer a tal cargo”, “meu interesse é apenas o bem da comunidade”, “eu estou me doando aos outros”, “me emociono com a possibilidade de poder servi-los” (não me refiro apenas aos políticos profissionais). Esses aumentam facilmente os seus estoques de poder e engordam as suas contas bancárias, possuem sempre um grande séqüito de “adormecidos” que lhes acorrem em servir e satisfazerem todas as vontades. Eles admitem que seja fácil. Extremamente fácil, adquirir poder e controlar a opinião das pessoas, e que o difícil mesmo é manter esse status por muito tempo. Os enganadores estão sempre se especializando e uns substituem aos outros.
Isso que vulgarmente chamamos de altos e baixos são na verdade períodos cósmicos, (o sol nasce para todos) parece complicado, já que enganar e escravizar são muito mais fáceis do que libertar e esclarecer; quem é que gosta de ser acordado no melhor do sono? Quando todos entenderem isso, compreenderão que não existem decisões erradas e sim decisões tomadas na hora e no momento errado. Basta uma breve olhada para trás, na “História da Humanidade”, para percebermos que a fortuna e o poder sempre estiveram trocando de mãos. Estamos na era da informação, poder para todos.
Tu que estás lendo, não és um completo “ADORMECIDO”. Acredite, EU mesmo já estive muito mais inconsciente que isso. É preciso coragem para ser um libertador, muito provavelmente tu seja um antagonista, desses que lucram com a ignorância alheia, mas preciso arriscar, afinal, “viver, é correr riscos”. Veja bem, não há nada de errado em se adquirir e manter o poder, o erro consiste nas formas em que ele é normalmente aplicado. Não tentem ser enganadores, todos podem ter o conhecimento e desenvolverem a capacidade de controlar o destino dos outros, tendo inclusive muitos seguidores, é inegável que os líderes são imprescindíveis. Procures, no entanto, desenvolver nessas mentes a liberdade para construírem o seu próprio pensamento, sem se escravizarem ao teu. Aliados despertos ao invés de escravos adormecidos. Não sendo assim, correrás o risco de um dia se voltarem contra ti, manipulados por outros; se tu fores, meramente, um idealista, desses que são assassinados, depostos ou que somem no meio da noite sem deixar pistas.
Meu pensamento real é paranóico, acredito que a verdadeira essência do poder é na verdade, não existir. Nada de contas em bancos, nada de endereços, amigos, família, emprego... Ser uma incógnita, essa é a forma mais pura de poder. O poder de ser invisível, de não ser rastreado pelo sistema. O poder de não ser, não ter e não precisar. Dizem inclusive, que essa é uma das mais bem sucedidas artimanhas do DIABO. Cruzes!!!
( Chakaruna )
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