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GUERRA NAS ENTRELINHAS

  • Paulo L. Menezes da Silveira
  • 4 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura

Nós nos envenenamos!

Envenenamo-nos com lixo, comida, drogas e televisão.

Envenenamo-nos conscientemente, plácidos, não esperamos redenção por nossos atos.

Nós nos envenenamos por ilusões de nos sentirmos vivos, por não conseguirmos passar sem o acréscimo de “paraísos artificiais”...

Porque não acreditamos que fosse possível comunicar-se com os espíritos adormecidos das coisas...

Envenenamo-nos porque tudo foi substituído... Já não permitimos que as coisas importantes que enternecem, nos inspirem.

Tudo foi substituído por lixo embalado − e vendido − com luxo, violência, sexo sem amor, hipocrisia, cinismo e poder... Não aquele poder divino que aprendíamos nas escolas dominicais: que salvava e redimia, curava e enlevava o espírito; mas o poder do dinheiro, da corrupção, da falsidade, da mentira e com os demais engodos propiciados pela matéria podre e transitória...

Não mais o poder de sentir-se vivo e amar ao próximo... Existem pessoas que não se amam; como então amar ao próximo???

Já não nos importamos com a ética ou com a valorização dos bons costumes, mas supervalorizamos a estética e mendigamos um gesto, um olhar, um conceito, quem sabe uma boa idéia... De pessoas cujos corações foram endurecidos pela ganância, e a vantajosa situação de ensurdecer-se aos apelos da própria consciência, derrubando sem receios as colunas que sustentavam o caráter.

Envenenamo-nos com a falácia e a argúcia dos (maus) políticos, e sucumbimos ante nossas tolas esperanças de que: “dias melhores virão!”

Perdemos gradativamente a noção de que “somos”... Importa agora ter, ou fingir (parecer) ter.

Nós nos envenenamos com a falsa beleza das exterioridades. Com pensamentos sinistros, melancólicos e sombrios. Com os enganos da medicina moderna em tratar doentes com “venenos”: químicos, radioativos (que custam fortunas) e ultrapassados pela pureza dos tratamentos naturais, criados desde o início perfeitos, para serem compartilhados gratuitamente por todos.

Nós nos envenenamos por duvidarmos de que exista guerra no Brasil, também porque ficamos em silêncio enquanto a inocência e a pureza das crianças sucumbem em favor de mais fábricas, mais poluição... E as programações medíocres das TVs.

Envenenamo-nos pra dormir; acordar; ficar; voltar; fugir...

Envenenamo-nos quando respiramos, pensamos, lemos, escrevemos, falamos, ouvimos, vemos, comemos, bebemos, sentimos...

Nós nos envenenamos no contexto, no texto, no contra texto e, enquanto isso... Todas as guerras persistem... NAS ENTRELINHAS...

( Varekai )

 
 
 

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