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SIDEREUS MUNDUS

  • Paulo L. Menezes
  • 17 de ago. de 2014
  • 2 min de leitura

Ia por entre as estrelas e nada me parecia perigoso. A paisagem encantava-me: a mente e a alma. Sentia sua mão bem firme segurando na minha. Meu maior temor era o de olhar para o lado, certificar-me que não estava só, e perder algum detalhe das constelações.

Foi mais ou menos pela época em que aprendi a viajar no tempo.

Já havia empreendido minhas jornadas pelo espaço e estava muito feliz e realizado.

Mas ela possuía conhecimentos dos quais eu sequer fazia idéia, e notava sempre que apesar do seu profundo aspecto de serenidade, mantinha certa inquietude no olhar quando tratava em dividir, comigo, tudo o que aprendera em seus três mil anos de experiências intergalácticas, nos quais havia cruzado o cosmos, tanto o macro, quanto o micro; percebi que suas lições estavam cada vez mais rápidas e constantes e mesmo não fazendo nenhuma referência a isto, observei que sua aparência física iniciava uma sutil decomposição, talvez por isso, começamos a voltar em busca da aurora de todas as coisas.

Iniciou-me no conhecimento das ciências ocultas e ensinou-me a refletir sobre os espaços que se modificavam através dos tempos e a entender tempos diferentes no mesmo espaço.

Explicou-me que não havia necessidade de medos, ponderei que as novidades sempre me assustavam e que preferia fazer todas as perguntas antes, e “digerir” as respostas a padecer de incertezas depois.

Pacientemente inteirou-me de que as viagens no tempo não eram físicas, e sim astrais; falou-me que mesmo voltando mil anos nos nossos pensamentos, aos nossos corpos poderia não ter passado um segundo.

Tentando não esquecer nenhum detalhe, falou-me dos buracos negros, das anãs brancas, das gigantes azuis, do nascimento e da morte de galáxias fazendo-me então, claras exemplificações a respeito do existir e o não existir.

Suas palavras inundavam de sabedoria meu imaginário proteiforme.

Abandonamos nossos envoltórios físicos numa espiral elíptica e iniciamos nossa jornada pelo desdobrar das eras − que se repetiam infinitamente − na busca da verdadeira acepção do saber eterno. Durante a viagem contou-me, sem restrições nem preconceitos: seus sonhos, seus amores, suas angustias...

Ao retornarmos, sua forma física foi desfazendo-se em pequenos pedaços, (como que descascando) dando-me uma visão plena de sua essência luminosa, agradável, leve e suave. Ainda lhe perguntei: − Por que entre tantos escolheste a mim? Deliciei-me com sua voz respondendo-me ainda uma vez:

− O conhecimento vai ao encontro de quem o deseja... e o amor persegue aquele que ama. Nós nos encontraremos de novo... Nessa vida... ou na próxima... em algum dos MUNDOS SIDERAIS!

( Varekai )

 
 
 

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