A MESMA HISTÓRIA
- Paulo L. Menezes
- 29 de jul. de 2014
- 2 min de leitura

“Sei que às vezes uso palavras repetidas! Mas, quais são as palavras que nunca são ditas?”
LEGIÃO URBANA
Se conseguir imaginar (ou aprender) palavras novas, lhe contarei a mesma história, de maneira insólita e original.
Bebo nas melhores fontes, da lustral e cristalina, água da sabedoria, mas tudo está contaminado desde sempre!!! (Note que exagero no uso dos pontos exclamatórios no desespero da ênfase.).
Em tudo há poesia ou um suposto poema: na dor, no prazer, no prazer da dor e na dor do prazer, inclusive!
Um avião sem motor não voa, mesmo assim (se já estiver no ar) pode planar até o pouso seguro.
Pássaros sem coração não voam, servem de alimento ou enfeite, outros, com um coração enorme, nem sabem voar, são saborosos, todavia; tem ainda os de mau agouro e os de rapina que ninguém me diz que gosto tem... Também não arrisco experimentar!
Aniquilamos seres viventes pelos mais variados motivos: medo, fome, beleza, estupidez... Alguém ainda lembra-se dos dodôs?
Não sabemos ainda quem somos, e ousamos tudo catalogar e guardar em gavetas, mesmo poemas medíocres e novas filosofias, volúveis e inúteis...
Nem entendemos a vida e pretendemos saber se o universo é finito ou infinito, alguns afirmam que se expandem em multiversos, outros que se contrai... Um centímetro por ano, também os nossos métodos de medida encolhem... Quando nos apercebermos do fim, já será tarde demais!
Quem inventa melhor, torna-se célebre!
Mulheres seminuas esculpem seus corpos − não estou reclamando − e tornam-se divas. Homens bem vestidos aprendem a mentir, acumulam dinheiro, envenenam suas mentes, destroem seus corpos, sacrificam suas humanidades, contraem dívidas, e, compram divas para impressionar aos amigos; de brinde ganham “chifres”.
Algumas mulheres compram homens e vivem a ilusão do amor, até descobrirem: homens que se vendem, sempre recebem mais do que valem, ao contrário das mulheres que aceitam menos do que merecem.
Imagino um homem, uma mulher e uma criança, todos correndo, nus e descalços, através da noite primigênia. Criados do mesmo lodo primordial, levemente iluminados pelo fosforescer da primeira lua.
E, aqui, nasce o poema... Majestoso feito o sol primaveril. Brilhará ele com mais intensidade ao entardecer do poeta?
Talvez, apenas se ponha... Timidamente... Na linha horizontal ao pé da página... Para nunca mais ser lido...
( Chakaruna )
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